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Gratidão, Sagrada Mãe!


Quando eu era criança, lá no Colégio Mater Amabilis, quando chegava essa época do Dia das Mães eles sempre pediam para que escrevêssemos uma redação. As melhores seriam lidas na Missa do Dia das Mães. A minha redação sempre ganhava e no dia da Missa eu me acabava em lágrimas lendo no altar. Parece que fazem algumas vidas atrás... Hoje estou aqui buscando me conectar com aquele coração. Depois vou mandar este texto para minha mãe e espero que ela goste. Há três anos e nove meses tudo o que eu sabia sobre a maternidade sofreu um colapso e uma revolução com a chegada da Iara Luz. A cada dia que passa o meu nível de compreensão sobre a minha própria mãe aumenta porque sinto na pele, nos ossos, nas veias e no coração as angustias e as delícias de ser mãe. E olhe que não enfrentei os 9 meses de preparo, mas gestei a Iara em meus braços e permiti que ela se apossasse de todo o meu ser e então nasci mãe. Nunca eu havia experimentado como experimento hoje a dor por saber que minha mãe sofre pelas minhas escolhas, que eu sei que não seriam as escolhas dela, porque tudo o que ela quer é que a gente (eu e minha irmã Carol) não sofra. E isso tem sido um looping de dor para mim porque hoje, diferente de antes, eu sinto a dor da minha mãe. Mas também sei que preciso sustentar as minhas escolhas, porque são elas que abrem para mim possibilidades de sublimar essa dor com a mais pura Felicidade que é concretizar os sonhos que Eu escolhi sonhar. Então isso aqui, mãe, é um pedido de perdão por não ser exatamente como você gostaria que eu fosse, tá? Neste dia tão incrível, que eu sonhei por décadas que também fosse meu dia, eu proponho que façamos um exercício de conexão. Que fechemos os olhos pra sentir cada célula do nosso corpo que veio dela. Gratidão, mãezinha, por cada célula do meu corpo que veio de você. Eu tenho buscado cuidar delas ultimamente, e peço perdão pelas décadas de descuido. Me lembrei agora de uma história que aprendi com meu mestre Sim que conta que Confúcio, ao final da vida, ergueu seus braços mostrando aos Céus que estava inteiro, mostrando à sua mãe que havia cuidado com desvelo da maior dádiva recebida por ele, o seu corpo. Então, mãe, Gratidão pelo meu corpo, me perdoe por sempre ter sido tão descuidada com ele. Estou aprendendo ainda. Fecho os meus olhos e vejo também que a minha mãe Jane é uma expressão linda e forte da Mãe Universal, da Mãe Divina, da Mãe Maria, da Mãe Ceres, da Mãe Lakshmi, da Mãe Gaia, da Mãe Terra, da Mãe Natureza... E todas, em uma, me trouxeram a Vida e me trazem à Vida a cada momento em que eu me permito renascer. Sinto muito pelas minhas falhas, Me perdoe por fazer você sofrer, Gratidão por tudo, Te amo, Mãe!

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